1º avião com ajuda humanitária para a Venezuela chega a Roraima

Militares carregam itens que serão enviados à Venezuela

Foto: Reprodução



Aeronave posou em Boa Vista com 22 toneladas de leite em pó e cerca de 500 kits de primeiros socorros, que incluem remédios e outros materiais médicos

O primeiro avião com ajuda humanitária que o Brasil destinará à Venezuela chegou nesta sexta-feira (22) ao Estado de Roraima para que seja transferida ao país vizinho no sábado (23), apesar do fechamento da fronteira ordenado pelo governo de Nicolás Maduro.

Alimentos reunidos em hangar para serem levados à Venezuela

O avião da Força Aérea Brasileira aterrissou na base militar de Boa Vista com uma carga de 22 toneladas de leite em pó e cerca de 500 kits de primeiros socorros, que incluem remédios e outros materiais médicos doados pelo governo de Jair Bolsonaro.

Boa Vista fica a 220 quilômetros de Pacaraima, cidade situada na fronteira e na qual a única passagem terrestre formal entre os dois países foi fechada na noite desta quinta-feira por decisão de Maduro, que rejeita a ajuda solicitada e obtida pela Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela.


O presidente do órgão legislativo, Juan Guaidó, se autoproclamou em 23 de janeiro como presidente interino da Venezuela uma vez que a Assembleia Nacional declarou Maduro como "usurpador" e foi reconhecido como governante legítimo por cerca de 50 países, entre eles o Brasil.

Mesmo com o fechamento da fronteira decretado por Maduro, que já se tornou efetivo, a embaixadora designada por Guaidó diante do governo brasileiro, María Teresa Belandria, garantiu para a Agência a Efe que "a operação continua" e que a ajuda humanitária será transferida no sábado.

Tanto Belandria como o governo brasileiro insistiram que essa carga será transportada "em caminhões venezuelanos conduzidos por venezuelanos".

Em Pacaraima, segundo diversas fontes consultadas pela Agência Efe, a situação era de "relativa normalidade" nesta sexta-feira.


Fontes de organizações internacionais disseram que, embora a passagem fronteiriça formal esteja fechada, muitos venezuelanos entraram no território brasileiro nas últimas horas através de trilhas que atravessam áreas de mata, distantes dos controles oficiais.

Nesta sexta-feira, antes que a fronteira fosse fechada, milhares de venezuelanos chegaram a Pacaraima para comprar alimentos, mas a maioria retornou a seu país no mesmo dia, segundo confirmaram à Efe fontes da Polícia Federal.

Roraima é o centro da chamada "Operação Acolhida", que o governo federal no ano passado para receber cerca de 70 mil venezuelanos que, desde então, chegaram fugindo da crise econômica, social e política em seu país.

Deles, cerca de 6 mil permanecem em Boa Vista, hospedados em abrigos instalados pelo governo federal, em cooperação com organizações humanitárias e agências das Nações Unidas.

A "Operação Acolhida", no entanto, esclareceu que não participa de nada em relação ao "corredor humanitário" que o Brasil pretende abrir para a Venezuela, que é de responsabilidade exclusiva do governo federal.

Por outro lado, deputados opositores do estado venezuelano de Bolívar, que faz fronteira com o Brasil, denunciaram nesta sexta-feira a morte de uma mulher e vários feridos por disparos em um enfrentamento entre as forças armadas venezuelanas e uma comunidade indígena que "defende" a entrada da ajuda humanitária no país.

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