A missão “Transporter-3” da SpaceX foi conduzida na tarde desta quinta-feira (13), com um foguete Falcon 9 levando 105 satélites para fora da Terra – incluindo um satélite brasileiro desenvolvido pela startup Pion Labs. O lançamento foi feito às 12h25 (horário de Brasília) e correspondeu à 10ª entrega deste foguete (modelo B1058-10), que retornou com sucesso à base.
O lançamento foi praticado em uma modalidade conhecida como “rideshare”, ou seja, diversos desenvolvedores tecnológicos terceirizados usam o Falcon 9 como veículo de entrega de carga. Pense nela como se a SpaceX servisse de Uber para os satélites, com a vantagem de não se enfrentar os cancelamentos repetidos, preço dinâmico ou a música que você provavelmente não gosta no rádio – mas o valor da corrida fica em US$ 1 milhão (R$ 5,52 milhões) para cima.
A entrega partiu do Cabo Canaveral, na Flórida, subindo cerca de 525 quilômetros (km) em direção à órbita da Terra. Uma vez entregues, os satélites assumiram um ritmo sincronizado com o Sol (órbita heliocêntrica), um tipo de navegação feita ao redor de um planeta pelos seus pólos, com os satélites passando sobre uma determinada parte da superfície na mesma hora da nossa estrela.A terceira missão dedicada de entrega de satélites obteve sucesso, com o segundo estágio do Falcon 9 se separando poucos minutos depois do lançamento. Em seguida, o foguete executou um disparo de propulsão, fazendo a entrega após a separação de seu primeiro estágio e retornando à zona de aterrissagem próxima à base de lançamento.
Na missão, boa parte dos satélites foram feitos pela Planet Incorporated, uma empresa de produção de imagens orbitais da superfície da Terra. Ela contava com a maior parte da carga (44 satélites). A Kepler Communications também tinha seis satélites, todos parte de sua constelação para oferta de serviços em rede.
Falcon 9 entrega satélite brasileiro
Um único item do voo da Transporter-3, na verdade, nos diz mais respeito do que qualquer outro objeto da carga. Desenvolvido pela startup paulista PION Labs, o satélite “PION-BR1” é, segundo o site oficial da empresa, “uma missão radioamadora aliada à educação com o objetivo de promover o acesso às tecnologias espaciais e a interação entre estudantes e a comunidade de radioamadores”. Além disso, “a missão principal do satélite será um experimento digital de armazenamento e envio de mensagens usando o protocolo NGHam”.
O satélite atuará para auxiliar estudantes que façam parte do programa OBSAT (Olimpíada Brasileira de Satélites), coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil (MCTI). Os grupos de estudo foram escolhidos em julho de 2021. Na ocasião, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, mandou mensagem para os grupos escolhidos parabenizando pela conquista. “Estamos agora encerrando a primeira fase e foram diversas as equipes que se candidataram no Brasil todo. Estamos muito felizes pois apareceram propostas muito interessantes“, disse Moura.