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Apagão de audiência sofrido pela Globo é sinal de rejeição dos conservadores, diz jornalista

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TV Globo experimentou um dia de fracassos na última quinta-feira, 22 de novembro, quando alguns de seus programas, normalmente líderes de audiência, foram derrotados por atrações do SBT e da Record TV. Para jornalistas especializados, esse é um sinal de que a emissora precisa se reinventar para tentar recuperar prestígio junto ao público conservador.
No dia que vem sendo considerado histórico pela sequência de derrotas de audiência, os programas Jornal Hoje e Vídeo Show puxaram a fila, sendo seguidos por MalhaçãoEspelho da VidaOs Melhores Anos das Nossas VidasJornal da GloboConversa com Bial, a série norte-americana Empire – Fama e Poder, e por fim, Corujão. As duas concorrentes se alternaram na liderança de audiência enquanto essas atrações da Globo estavam no ar.

O jornalista Sandro Nascimento, especializado em TV, analisou o cenário dando a entender que é possível que a Globo precise recuar da temática progressista – como por exemplo o agressivoAmor e Sexo, apresentado por Fernanda Lima – se quiser recuperar a audiência, visto que a sociedade tem dado demonstrações de ter abraçado o conservadorismo.
“Os números conquistados pelos concorrentes da Globo na última quinta-feira (22), quando nove programas do canal perderam a liderança, podem, intrigantemente, sinalizar um movimento maior que apenas um avanço de atrações do SBT e Record TV, mas a ausência de uma grade que gere identificação maior com o conservadorismo, tendência crescente em todo o mundo”, ponderou Nascimento.

O artigo de análise reitera que o episódio da quinta-feira é um “sinal que o modelo da atual grade precisa passar por profundas modificações artísticas, e me arrisco dizer, até ideológicas”.
“Esse cenário pode ser reflexo de um fenômeno que vem ocorrendo na sociedade em todo o mundo: a retomada do conservadorismo das classes média, média alta e baixa, que comandam o mercado de consumo. Um movimento que pode não estar encontrando seu reflexo dentro da programação da Globo“, constatou Nascimento.
A maior evidência de que esse movimento chegou ao Brasil pode ser conferido através dos resultados do último pleito presidencial, apontou o jornalista: “A eleição de Jair Bolsonaro refletiu nas urnas a força dessa nova onda conservadora e também de direita que surge. Os defensores e militantes das redes sociais do então candidato à presidência da República apontavam que o canal produzia uma grade que agredia a família tradicional e era esquerdizante”.
O diagnóstico do jornalista repercutiu o sentimento facilmente comprovado nas redes sociais: “Para a afirmação, justificavam com os temas do Amor & Sexo, o humor do Zorra, as pautas do Encontro e as tramas na dramaturgia. Como exemplo, Segundo Sol, que continha uma trama onde a esposa do personagem principal o traía com seu próprio irmão e criava um filho, roubado, fruto de uma relação do marido com outra mulher. É ficção, mas o conservadorismo pode não estar encontrando identificação com esses produtos. Os baixos números da telenovela de João Emanuel Carneiro podem ser, também, um reflexo disto”, pontuou Sandro Nascimento.
A conclusão da análise sobre o que pode indicar um enquadramento, por parte da sociedade, da principal emissora do país, sob pena de continuar perdendo audiência, enfatizou que a Globodeve recuar: “A onda conservadora precisa ser entendida não apenas como um fenômeno nas urnas, mas com uma tendência no comportamento de uma sociedade que consome cultura e também busca entretenimento na televisão […] Para buscar soluções e enfrentar seu apagão na audiência, a emissora precisa fazer essa nova autoavaliação”.

Cantor Ray Sabino

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