O primeiro país do mundo a tornar obrigatório o ensino de temas LGBT nas escolas públicas revelou na última quinta-feira, 08 de novembro, o currículo que deverá ser adotado por professores. A Escócia acatou 33 indicações de um Grupo de Trabalho de Educação Inclusiva LGBTI para abordar junto a crianças e adolescentes, mas já enfrenta críticas de lideranças religiosas.
O governo do país britânico afirmou que decidiu tornar essa abordagem obrigatória por enxergar a necessidade de combater a homofobia e a discriminação contra bissexuais e transexuais. Dentre as matérias estão o ensino da história dos movimentos LGBT.
O vice-primeiro-ministro, John Swinney, disse que considera “vital que o currículo seja tão diverso quanto os jovens que aprendem em nossas escolas”, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. A militância LGBT comemorou a decisão.
Diante da nova política, as escolas devem ensinar também as terminologias e identidades LGBT. “A Escócia já é considerada um dos países mais progressistas da Europa para a igualdade LGBTI“, disse Swinney em um comunicado. “Tenho o prazer de anunciar que seremos o primeiro país do mundo a ter a educação inclusiva LGBTI inserida no currículo”, acrescentou.
Reação
As diretrizes propostas sobre Relações e Educação Sexual (RSE) despertaram a preocupação de que essa abordagem terminem por desvalorizar as crenças religiosas, afirmou a Igreja da Inglaterra, que vê no conteúdo adotado uma segregação dos conservadores. A medida, que será adotada a partir de 2020 também na Inglaterra, poderá “problematizar a religião” e “tornará as pessoas de fé excepcionais”.
O vice-diretor do Christian Institute, Simon Calvert, disse que os pais “não querem ver agendas políticas controversas incluídas no currículo”, e que a obrigação de aprendizado desses temas não é unanimidade: “Há uma diversidade de crenças sobre questões LGBT na Escócia. A abordagem adotada pelo governo escocês assume que existe apenas uma opinião aceitável”, criticou.
Calvert acrescentou que crianças de famílias que não concordam com a visão sancionada pelo Estado “serão levadas a se sentir isoladas em suas escolas”, corroborando a visão da Igreja da Inglaterra sobre o tema. “Os ativistas LGBT muitas vezes são altamente intolerantes com as visões religiosas tradicionais e as pessoas que as possuem”, salientou.
“Já existe uma grande ênfase nas questões LGBT nas escolas. Talvez o tempo e o dinheiro sejam mais bem gastos na tentativa de melhorar a educação para todos, em vez de promover a política LGBT”, sugeriu, demonstrando incômodo com a estratégia que termina por dividir pessoas em subclasses, uma velha estratégia da ideologia de esquerda.