A descoberta mostra que a nossa vizinha estelar mais próxima parece estar repleta de novos mundos interessantes |
Pesquisadores do Observatório Europeu do Sul (ESO, European Southern Observatory) descobriram evidências de mais um planeta, o terceiro, ao redor de Proxima Centauri. Ela é a estrela mais próxima do Sistema Solar, a apenas quatro anos-luz de nós.
Batizado de Proxima d, o novo planeta orbita sua estrela a uma distância de aproximadamente quatro milhões de quilômetros, um décimo da distância entre Mercúrio e o Sol. Mas como Proxima Centauri tem apenas 12,5% da massa de nossa estrela, isso significa que o planeta está na “zona habitável”, onde é possível a existência de água líquida.
“A descoberta mostra que a nossa vizinha estelar mais próxima parece estar repleta de novos mundos interessantes, ao alcance de mais estudos e futuras explorações,” explica João Faria, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, em Portugal e principal autor do estudo publicado hoje (10) no periódico Astronomy & Astrophysics.
Sua descoberta aconteceu quanto pesquisadores estudavam outro planeta no sistema, Proxima b, usando um novo instrumento batizado de ESPRESSO (Echelle SPectrograph for Rocky Exoplanets and Stable Spectroscopic Observations), instalado no Very Large Telescope (VLT) da ESO, no Chile.
Proxima b completa uma órbita ao redor de sua estrela a cada 11 dias. Ao estudá-lo, os cientistas encontraram indícios de um outro sinal, com período de 5 dias. A técnica usada na análise foi a de velocidade radial, que detecta pequenas oscilações na movimentação da estrela causadas pela atração gravitacional dos planetas ao seu redor.
Mas como o sinal era fraco demais, a equipe teve que conduzir observações extras com o ESPRESSO para confirmar que ele era causado por um planeta, e não simples resultado de mudanças na própria estrela.
“Depois de obter novas observações, conseguimos confirmar este sinal como um novo candidato a planeta”, diz Faria. “Fiquei entusiasmado com o desafio de detectar um sinal tão pequeno e, ao fazê-lo, descobrir um exoplaneta tão próximo da Terra.”
“Esta conquista é extremamente importante”, diz Pedro Figueira, cientista de instrumentos ESPRESSO do ESO no Chile. “Isso mostra que a técnica da velocidade radial tem o potencial de revelar uma população de planetas leves, como o nosso, que se espera serem os mais abundantes em nossa galáxia e podem potencialmente hospedar a vida como a conhecemos”.
Fonte: Olhar Digital